terça-feira, julho 22, 2025
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Atividade econômica cai 0,64% no terceiro trimestre

Nesta sexta-feira (17), o Banco Central divulgou que a atividade econômica brasileira sofreu uma queda no terceiro trimestre deste ano.

De acordo com dados dessazonalizados (ajustados para o período), o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apresentou uma queda de 0,64% de julho a setembro em relação ao trimestre anterior (abril a junho). No segundo trimestre, o indicador já vinha desacelerando, registrando uma redução de 0,85%, após um crescimento de 4,8% no primeiro trimestre deste ano.

Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado (julho a setembro de 2022), a alta no mesmo período de 2023 foi de 0,78% (sem ajuste para o período, já que a comparação é entre meses iguais).

No resultado do mês de setembro de 2023, o IBC-Br teve uma redução de 0,06%, atingindo 146,42 pontos. Na comparação com o mesmo mês de 2022, houve um crescimento de 0,32% (também sem ajuste para o período). No acumulado em 12 meses, o indicador ficou positivo em 2,5%.

O IBC-Br é uma ferramenta para avaliar a evolução da atividade econômica do país, auxiliando o Banco Central nas decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, que está atualmente em 12,25% ao ano. Este índice incorpora informações sobre o nível de atividade em setores da economia, incluindo indústria, comércio, serviços e agropecuária, além do volume de impostos.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para atingir a meta de inflação. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) eleva a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que tem reflexos nos preços, uma vez que os juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. Dessa forma, taxas mais altas contribuem para a redução da inflação, mas também podem dificultar a atividade econômica e a expansão da economia.

Queda da inflação

O BC cortou os juros pela terceira vez no semestre devido ao comportamento dos preços, em um ciclo que deve continuar com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Economistas esperavam uma alta na inflação na segunda metade do ano após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre.

Apesar disso, na semana passada, o Copom indicou em um comunicado que poderá ajustar o ritmo do período de cortes, caso as condições tornem mais difícil reduzir os juros.

A diminuição da Selic pelo Copom tende a tornar o crédito mais acessível, incentivando a produção e o consumo, o que reduz o controle sobre a inflação e estimula a atividade econômica. Mesmo assim, os resultados do IBC-Br ainda mostram o impacto da política monetária contracionista adotada pelo BC.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas em um ciclo de aperto monetário que começou devido à alta nos preços de alimentos, energia e combustíveis. Por sete vezes seguidas, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic foi reduzida para 2% ao ano, o nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Devido à contração econômica causada pela pandemia de covid-19, o Banco Central reduziu a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa permaneceu no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

PIB

O IBC-Br, divulgado mensalmente, emprega uma metodologia diferente da utilizada para medir o Produto Interno Bruto (PIB), que é o indicador oficial da economia brasileira. Segundo o próprio BC, o índice “contribui para a elaboração de estratégia da política monetária” do país, mas “não é exatamente uma prévia do PIB”.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país. No segundo trimestre do ano, a economia brasileira cresceu 0,9%, superando as projeções, na comparação com os primeiros três meses de 2023, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, a economia brasileira avançou 3,4%.

O PIB acumula alta de 3,2% no período de 12 meses. No primeiro semestre de 2023, a alta registrada foi de 3,7%.

Em 2022, o PIB do Brasil cresceu 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões.

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